
Por isso, toda empresa precisa dispor de um capital de giro. Isso nada mais é que uma reserva financeira, que irá manter as contas em dia enquanto você não recebe pelas vendas realizadas. Dessa forma, a empresa pode se autofinanciar, ao invés de recorrer ao capital externo para se manter.
Para calcular o capital de giro necessário para manter a sua empresa funcionando e não deixar o caixa no vermelho, é preciso conhecer muito bem as suas contas. Neste post, vamos te explicar como calcular esse valor e usá-lo de maneira responsável.
Como usar o capital de giro
O termo capital de giro se refere ao ciclo financeiro: a movimentação do capital da empresa. Ela começa com o pagamento dos fornecedores, colaboradores e demais despesas, e termina com o recebimento das vendas. No começo de cada mês, esse ciclo recomeça.

Como pode ver, em ambos os casos, os empresários precisam investir primeiro e trabalhar para ver o lucro depois de um certo tempo. Isso quer dizer que os gastos serão superiores aos ganhos no início, mas não faltará dinheiro e o retorno virá em seguida, de maneira planejada.
O capital de giro também ajuda no enfrentamento a crises, pois a empresa consegue se manter segura até que a economia volte a crescer.
Ele também é importante quando a empresa precisa fazer estoque de determinado insumo ou produto pensando a longo prazo. Isso quer dizer que quanto maior for seu planejamento financeiro, mais estável é o seu negócio.
Como calcular o capital de giro
O valor de capital de giro necessário depende de cada empresa. Para algumas empresas, o capital de giro pode ser menor, pois os recebimentos acontecem com frequência. Mas quando o prazo de recebimento é maior, a empresa precisa se resguardar por mais tempo, mantendo uma reserva suficiente para quitar as despesas durante esse período sem retorno.

Considere primeiro os gastos fixos, aqueles que são previsíveis:
- folha de pagamento
- manutenção de máquinas
- manutenção predial
- energia elétrica
- gastos administrativos
- transporte e logística
- impostos
- e afins
Em seguida, adicione à conta os custos variáveis, ou seja, os custos de produção que variam conforme a quantidade e o valor de matéria-prima, insumos e embalagens utilizados diretamente na produção. Caso haja financiamento com capital de giro e investimentos, elas também devem entrar na conta.
Na outra ponta, é preciso calcular os ativos. Considere o valor que já existe em caixa e na conta bancária da empresa, o valor de estoque e os valores que serão recebidos naquele mês. Em geral, os passivos (saídas) devem corresponder a no máximo 70% dos ativos (entradas), em se tratando de empresa que tem um fluxo de caixa saudável.
Com os dados em mãos, faça o seguinte cálculo para saber qual o valor que deve ser mantido em caixa mensalmente:
Capital de Giro (CG) = Valor das Contas a Receber (VCR) + Valor em Estoque (VE) – Valor das Contas a Pagar (VCP)
Ou também você pode calcular o Capital de Giro Líquido: Sendo assim, há uma fórmula simples: CGL = AC – PC. Em que “AC ” refere-se a ativo circulante (aplicações financeiras, caixa, bancos, contas a receber, dentre outros recursos) e PC corresponde ao passivo circulante (contas a pagar, fornecedores, empréstimos, entre outros).
Esse cálculo deve ser feito com regularidade, para que, caso o caixa seja insuficiente, os gestores possam agir rapidamente. Entenda melhor a seguir.
Como manter o capital de giro
Todo mercado tem altos e baixos, principalmente o mercado de lácteos e alimentos que tem volatilidade considerável, por isso nem sempre as vendas estarão em crescimento constante. Isso significa que podemos manter o capital de giro por alguns meses, até que chega um mês atípico em que as vendas sofrem queda, seja por uma crise ou mudança no mercado.

- Buscar soluções para evitar a inadimplência dos clientes mesmo em tempos de crise;
- Criar estratégias de venda para não deixar produtos parados no estoque;
- Reduzir gastos, revendo os custos e despesas e renegociando as dívidas;
- Intensificar ações de vendas;
Com essa estratégia, a empresa consegue continuar se autofinanciando, sem a necessidade de recorrer a capital externo para continuar funcionando. Ou seja, a empresa será sempre autossustentável.
Mas se você precisar usar parte do seu capital de giro, não deixe de repor o quanto antes. Se não o fizer e você precisar dele novamente, não haverá a quem recorrer a não ser ao capital externo. Lembre-se que mesmo que seja feito um empréstimo, é necessário garantir que sua empresa tenha condições de se comprometer com a dívida e os juros.
Um dos sintomas mais comuns quando seu fluxo de caixa fica deficitário, é recorrer a empréstimos constantemente ou troca de duplicatas. Esse procedimento quando ocorre com frequência indica que a empresa já corroeu o seu capital de giro.
7 controles que influenciam o capital de giro
A gestão do capital de giro acontece diariamente por meio do controle de diferentes setores da empresa. Confira a seguir, os principais pontos que devem ter a sua atenção:
Controle de caixa
Registre os dados de entradas e saídas e concilie as contas bancárias e caixa diariamente. Esse hábito permite verificar se há algum erro que precise ser corrigido, ou se está ocorrendo algum desvio de recursos. No segundo caso, é preciso investigar e tomar as medidas cabíveis para recuperar e evitar prejuízos.
Controle bancário e de caixa

Controle de vendas
Acompanhe o desempenho das vendas diária, semanal e mensalmente para saber se a meta está sendo cumprida. Caso os números não acompanhem o planejamento, é preciso pensar rapidamente em estratégias de marketing e vendas para alcançar o objetivo.
Aprenda a utilizar o Ciclo PDCA para melhorar seus resultados.
Controle de recebimentos
Estime os valores que devem ser recebidos a curto e longo prazo e faça a cobrança para evitar a inadimplência. A empresa precisa se organizar especialmente com as vendas a prazo, cujo pagamento será feito em parcelas. Evite também vendas com prazos muito alongados.
Fluxo de Caixa
Adote o procedimento de fluxo de caixa previsto e realizado para que você possa planejar seu fluxo de caixa e corrigir possíveis distorções e entender quais contas estão influenciando mais o seu fluxo.
Controle de despesas
Tenha o hábito de registrar as despesas à medida que elas são criadas. Isso evita que você se engane pensando que o valor existente em caixa não está comprometido. Visualizar as despesas também permite identificar a necessidade ou as oportunidades de reduzir custos.
Controle de estoque
